domingo, 13 de novembro de 2011

Permita-me, poeta

Permita-me beijar-te, poeta;
Oscularei as ruas curtas e estreitas; acolhedoras de tuas coisas imaginadas;
Descerrando as portas que guardam o teu mundo de invenções;
Como aragem inspiradora;
Tocarei nas linhas dos teus versos.

Permita-me, poeta, adoçar as tuas rimas;
Executarei as melodias de tuas melífluas palavras;
Oscilando por formas e modos que completam os teus verbos,
Tornar-me-ei a abundância criativa que te difere de outras mentes.
 
Toma-me nos braços abastados de tua lingüística, poeta;
Duelarei nos intervalos das tuas linhas bem escritas;
Ressonando os caminhos que nascem teus adjetivos;
Eternizada na omissão daquilo que não queres dizer;
Descansarei nas tuas rimas.
 
Possua-me, poeta;
Na escuridão indecisa dos teus pensamentos;
Avivarei os trajetos sinuosos dos teus caprichos fantasiosos;
Modularei as tuas metáforas;
Completarei tuas metonímias;
Cadenciarei teus eufemismos;
Serei tua eterna redundância.
 
Permita-me ser tua musa, poeta;
Cantarei em teus vôos psíquicos;
Como pássaro colossal;
De canto hipnótico;
Elevarei teu pensamento a mundos desconhecidos;
Até que tuas mãos dêem às minhas vontades, incentivadas por teus desejos literários, um ponto final.


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