sábado, 24 de dezembro de 2011

"O Amor"

O Amor...
frio e calor
euforia e dor
pedra e flor

O Amor...
luz e treva
nitidez e névoa
batalha e trégua

O Amor...
lento e veloz
herói e algoz
eu e nós

O amor...
azar e sorte
vida e morte
fraco e forte

O amor...
arrebata
ambíguo, faz bem e faz mal
aceita, rejeita
tortura quando distante
conforta se unidos os amantes

O amor...
Qual o segredo?
Sofrer para o ter?
Tentar esquecer?
Jamais!

Sofrerei quanto tempo for
pois sei que o amor
Ainda vai nos trazer.

O segredo do amor?
Simples:
“O Amor Tudo Vence”


J.R.Pedro

Devaneios

Deixa eu te contar um segredo dos tantos que em mim escondo,
saber da sua existência me faz sentir viva,
pensar em você me faz sentir realmente mulher,
saber da reciprocidade daquilo que sentimos me faz sentir linda,
poder ter te achado me faz sentir agraciada,
você se tornou o meu mais antigo novo conselho,
Avassaladora inspiração.
Segredarei ao mundo o que o meu Eu canta baixinho,
É a dor da saudade que me abate quando teu corpo me falta
É o nó na garganta que compromete minhas palavras
É o calor intenso e interno que me afaga
É um amor portentoso que me acalma,
É o entendimento que ao meu espírito a tua alma alcança.
Permita-me, então, dominar teus pensamentos,
Na medida em que minhas ideias percorrem em ti, e
Enquanto isso, o resto de tudo é meio ausência.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

"Pode ser"


Pode ser...

Pode ser lembrança de outros tempos
Pode ser desejo de momentos não vividos
Pode ser fuga de angústias e lamentos
Pode ser a leitura de um livro pedido.
Pode ser....

Pode ser empolgação
Um simples prazer em pegar sua mão
Pode ser a emoção vencendo a razão
Pode ser satisfação...
Pode ser....

Pode ser vaidade
Egoísmo de ter só pra mim um sorriso que aos céus me envie
Pode ser uma insistente saudade
Que por ora se finda, mas faz com que outra se inicie
Pode ser...

Pode ser carinho
Pode ser afeto
Pode ser amizade
Sinceridade
Pode ser...

Pode ser obra de celestiais potestades

Pode ser coragem para enfrentar o perigo
Pode ser tudo isso reunido, tudo fundido
Pode ser até que eu esteja confuso e perdido...

Mas sei...
Que é...
AMOR.



J .R. Pedro

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O lado bom!

O que seria do poeta se não fossem os sentimentos ditos maus?
Como faria para dissimular aquilo que lhe causa a musa?
E cantar a tristeza de não poder viver um amor,
Ou de perdê-lo,
E disfarçar a angústia que deixa a saudade,
E transmutar o tormento gerado pela impossibilidade de tocá-la,
E amenizar os medos,
E enfeitar realidades?
“O poeta é um medíocre”, Platão,
Porque ele reinventa as verdades,
disfarçando nas letras tudo o que a boca não se encoraja para confessar.

                                           

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Quase Amor!

Eu sei o que nos une, embora não consiga explicar,
É um querer que queima minhas entranhas
E rouba o juízo
E desvirtua meu norte.
É uma vontade de viver em teus braços
Depois de morrer em teu sexo,
O calor que me invade
Mesmo que o frio se instale,
É um ardor que abranda
Depois que o pensamento te encontra,
E os devaneios te clama;
É uma chama acesa
Apesar de tua ausência,
É um desejo que provoca dor
Depois que divago em ti
É tudo que não sei desenhar
É fervor e calor,
É quase amor. 

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Inatista

Perdoam-me os empiristas, mas eu sou inatista.  Contrariando toda a empiria: nada existe de verdadeiro nos sentidos se não tiver passado primeiro no intelecto. Não é o corpo que pensa, mas a mente; é esta que quando não reflete faz o outro padecer. As experiências são válidas apenas a nível pessoal, prático, de senso comum; mas é no pensamento bem trabalhado e organizado que acontece o método seguro e o infinito de possibilidades.
Não sou contra os sentidos; mas eles são apenas objetos ideados e comandados pelo sujeito da razão. É no mundo das ideias que as coisas, embora subjetivas, se tornam mais concretas, duradouras e mais próximas do universal. Não é o corpo que duvida, é a mente. Tudo passa antes pela fôrma racional, até mesmo o sabor acre de uma fruta que se degusta, ou um aroma doce de um perfume que se inspira, ou ainda um som grave da voz agradável que se ouve, e o sentido suave na mão daquele que sua visão não é capaz de assistir. É na mente que todo o real e imaginário se reproduzem. É ela que faz o corpo sentir.
Quando eu agia movida pelo “eu sinto” com os meus cinco sentidos, errava mais, por deixar as ações em desequilíbrio. Hoje movida pelo cogito de Descartes, eu penso, duvido, pergunto, questiono, interiorizo; recolho-me, exteriorizo, mesmo que depois eu extravase, antes penso se vale; se “penso, logo existo”. Sei, então, que posso controlar qualquer um dos meus instintos. Não que eu tenha perdido minhas sensibilidades, ainda guardo em mim um quê de sensível;  apenas sei que é simples o complicado,  é na razão que está a felicidade e onde tudo começa a fazer maior sentido.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Elegância

Atualmente, nossa sociedade convive com os avanços tecnológicos e a imposição da indústria cultural, a qual propicia a “coisificação” dos indivíduos. As relações humanas, que eram baseadas em gestos simples de afinidades, passaram a ter qualificação artificial, voltadas para os valores materiais. Antes, por exemplo, uma pessoa buscava no convívio de outra pessoa o prazer da companhia, a conversa gostosa, o olho no olho, a alegria de estar perto, o divertimento em si; hoje, muitas das vezes, procuram-se as pessoas pelo status que elas podem proporcionar; os relacionamentos se dão de acordo com o estilo de vestir, o marca do vinho ou da cerveja, o poder do cartão de crédito etc, e não pela pessoa em si; cada um tem um preço. Você tornou-se o que come, bebe, usa. E deixou de ser o que a sua mente pensa e seu peito pulsa. É a coisa, qualquer que seja a coisa, em detrimento do espírito.
Diante disto, fiquei imaginando sobre o sentido que passou a ter a palavra elegância e o que seria de fato ser uma pessoa elegante.

“A palavra elegante vem do latim elegans e significa quem sabe escolher, de bom gosto, distinto.
Elegância, do latim elegantia e significa gosto, delicadeza, distinção.
1ª definição – Gosto delicado no trajar, no falar, no adorno da casa.


2ª definição – Graça, airosidade, delicadeza e distinção aliada à simplicidade e clareza.”
Não escrevo para criar estereotipos, nem promover preconceitos; muito menos parecer dona da verdade irrefutável, mas para criar uma dialética reflexiva com meu interlocutor. Por isso, desenvolvi uma lista de algumas atitudes elegantes e não elegantes; são tantas, que ficaria muito cansativo colocar tudo aqui.
Elegância tem a ver com cordialidade, solidariedade, cortesia.
É elegante:
1 dar bom dia, não é preciso ignorar uma pessoa só porque não se tem afinidades com ela;
2 Falar baixo, pois querer ganhar tudo no grito é vulgaridade;
3 O silêncio; verdade em excesso é falta de polidez;
4 ouvir, o importante não é falar pouco e não falar junto, mas se esforçar para conseguir compreender a mensagem do outro.
5 discrição no vestuário, porque roupas extravagantes, maquiagens exageradas são muito de mau gosto; a mulher não precisa parecer uma árvore de natal para mostrar a beldade, a naturalidade e o conforto ao se vestir  que a torna interessantemente elegante;
6 ser cordial com o garçom; pessoas que pensam que podem maltratá-lo só porque vão pagar a conta são muitos desgraciosas;
7 Cuidar da natureza; jogar lixo pelas janelas de veículos em movimento, como latas de refrigerantes, além de ser falta de nobreza, pode causar acidentes;
8 procurar viver com bom humor, ninguém consegue permanecer muito tempo ao  lado de alguém costumeiramente carrancudo(a);
9 reconhecer os erros, além de humildade, é um gesto nobre, que só pessoas de gostos delicados possuem;
10 cooperar; pessoas intransigentes são muito desagradáveis, propensas a causar mal estar.
É muito elegante: esperar a sua vez, dar lugar no coletivo para idosos e mulheres grávidas, andar com serenidade, agradecer, pedir “por favor”, pedir licença, desculpar-se, perdoar, não se meter na vida alheia sem ser convidado(a), ter paciência, não julgar, buscar conhecer, respeitar, é, simplesmente, sorrir.
É a gentileza, a tão falada gentileza, ela é uma das coisas mais honradas que existe; estar na companhia de alguém que sabe ser amável naturalmente é agradabilíssimo; mesmo porque ninguém consegue brigar sozinho, só se for muito louco(a). Um gesto gentil supera toda aspereza.
Odiar é muito deselegante; ninguém é obrigado a morrer de amores por ninguém, mas a neutralidade é delicada;
Ser elegante, porém, é uma atitude serena diante do mundo da vida. É saber entender que a linguagem é humana, que o homem não é “coisa”, mas um ser que sente, cria, dinamiza a cultura e controla a natureza, o único animal capaz de domar os próprios instintos.
Elegância é viver com coerência, é saber chegar e aparecer, é não exagerar e ser intensa, é saber sair sem criar clichês, é deixar mesmo saudades na falta de comparência, é ser a paz sem fazer força dentro de uma guerra, é amar alguém sem que esse alguém saiba, é praticar um bem sem fazer carnaval; é perceber a hora certa de sair de cena. É qualidade de quem possui boa educação.
 Você é nada mais e além daquilo que idealiza e o conjunto dos hábitos que exercita.

Cris Calheiros