quinta-feira, 23 de junho de 2011

O Papel da Escola

  Desde os primórdios tempos a escola deixou de assumir a responsabilidade abarcada no momento de sua criação. O modelo escolástico de hoje ainda se baseia no modelo jesuítico em vários aspectos, as turmas sentadas em fileira, por exemplo. Foram com os jesuítas que surgiram as primeiras propostas de educação no Brasil; a de educação coletiva, catequização, formação cultural e moral dos cidadãos – que, naquela época, eram índios e filhos de colonos; a ética, direitos e deveres, valores e noções básicas de família etc. Daí por diante, todas as reformas educacionais tiveram pouco êxito e as muitas falhas perpetuam-se até a atualidade.
  Educar o aluno para a cidadania era o projeto principal do primeiro modelo de escola. No princípio, esta ação teve desempenho feliz e completo; atualmente, as escolas não têm sabido como fazer isso.
  Dividir as tarefas é caminho, claro! A tripartição participativa entre pais – alunos- escola é primordial, o problema está na maneira pela qual apresentam. O pouco tempo dos pais com os filhos, devido à necessidade dos pais trabalharem está sendo usado como justificativa para a falta de preparo dos profissionais que agrupam as instituições de educação. Outro erro grave é argumentar que antigamente as mães não trabalhavam e sobrava-lhes tempo suficiente para passar para os filhos noções de moral e valores, e hoje, como muitas trabalham e ficam pouco tempo com seus filhos, suprem suas ausências com a omissão sobre o que é certo e errado. Atribuir isto como causa da rebeldia de nossos jovens é regredir no tempo e desculpa para não agir na causa real.  Antigamente, os valores eram outros; hoje, aconteceram grandes evoluções e algumas das maiores delas foram as descobertas de transtornos psicológicos que acometem crianças e adolescentes, que antes, eram julgadas como falta de educação.
As inversões de valores não estão ligadas diretamente aos pais, mas ao todo de uma sociedade perdida... Ninguém mais consegue entrar num acordo sobre o que é certo e o que é errado. Inventam leis sem razões para existirem; e algumas delas até burlam nossos direitos básicos garantidos pela lei natural da vida...
  E qual o papel da escola, afinal? Qual o papel dos pais?
  Pai e mãe não estudaram para serem pai e mãe, agem de acordo com o amor disponibilizado a ser doado aos filhos e com o instinto. Muitos pais até erram por omissão; outros erram por excesso. Muitos erram por ignorância, e acabam sendo limitados demais. Pai e mãe devem educar, alimentar, vestir, cuidar da saúde física e mental dos filhos, sustentá-los, orientá-los para poderem saber como respeitarem o direito alheio, matricular em uma escola, vigiar mesmo sendo de longe etc. Mas e os filhos que não possuem pais? E os pais que são analfabetos? Como estes vão conseguir obedecer à orientação dada hoje pelas escolas sobre ensinar o dever de casa aos filhos? Coloca em uma explicadora, então! Mas, se os pais não puderem colocar em uma explicadora?...
  Mas e a escola? Qual o papel da escola? Em que momento ela entra em ação? A escola tem a obrigação de formar bem seus alunos, pois seus profissionais estudaram para isso. Mas, ainda hoje, com tantas descobertas, as escolas vêm promovendo a desordem e muitas dúvidas.
  Outro dia, em uma reunião de turma da escola de minha filha, percebi o fracasso da educação no Brasil, toda desestruturação, falta de clareza nos propósitos. A diretora promoveu uma reunião com pais e alunos de uma turma de adolescentes. Já começou muito mal quando ela iniciou a reunião pedindo socorro aos pais; diretora de escola que chega a fazer este barulho por nada deve amassar o diploma. Então, ela alegou que aquela turma estava levando tudo na brincadeira, até aí tudo bem! Mas prosseguiu através de um diálogo desconexo, cheio de contradições e “disse-me-disse”.  Conforme ela ia falando, eu apavorava o pensamento, pensei: “_ Nossa! Só tem coisa ruim aqui!” E argumentei: “_ Como a escola deixou chegar a este ponto, não cortou o mal pela raiz?” Depois seguiu o discurso constrangendo uma aluna indiretamente, colocando em questão uma situação na qual não deveria ser nem falada. A aluna havia usado uma expressão inadequada dentro da turma, nada demais, mas para a diretora foi o fim do mundo; ela citou o acontecido, mas invertendo o contexto; as mães não sabiam quem era, mas saberiam depois, pois os alunos falariam. Algo que a mãe deveria ser chamada em particular e não foi. Fora as promessas feitas aos alunos descumpridas, ameaças, terror psicológico, intimidação, coação, abuso de autoridade, e mentiras por parte da escola. Comecei a perceber que os alunos estavam com razão.
  A tal escola, rígida, criou normas, através da despreparada diretora, onde a intenção não está voltada para a boa convivência social, mas para a criação de cidadãos hiper competitivos, robotizados e sem liberdade de expressão. Rir não pode; olhar ao lado nem pensar; chamar o coleguinha de meu amor é falta de respeito, abraçar, beijar, demonstrar afeto é sacanagem e não concordar com regras injustas é suspensão. Alguém está roubando na escola, coisas somem das mochilas misteriosamente, isto sim é caso sério, sumiram todas as canetas do estojo de alguns alunos, como não estão tendo a capacidade de descobrir o ladrão, a culpa caiu sobre a turma toda, estigmatizando-os como marginais. E se o ladrão estiver fora da turma? Complicado, não?!
   Outro fato intrigante foi a diretora incluir uma aluna como o pivô de todas as bagunças por portar na mochila um ursinho de pelúcia. Tudo bem que é algo um pouco diferente para um adolescente, mas não é motivo para tumulto. A Justificativa da diretora foi: “_ O ursinho virou bola no intervalo, os alunos estavam jogando jogo do ursinho, isto é proibido, se ela não tivesse trazido o ursinho nada disso teria acontecido.” Ao ouvir tal absurdo, pasmei; ursinho agora é sinônimo de coisa do mal. “Nada disso teria acontecido”? O que significa nada disso? Por que tanto alarde acerca de um ursinho? Sinceramente, não entendi. Que bom ter sido um ursinho! Em outros estabelecimentos os alunos estão brincando de mata mata e tem gente morrendo de verdade, sabe por quê? A intolerância como esta do ursinho; as escolas estão preocupadas apenas com a didática e esquecem de pregar amor.
  E o que dizer sobre as notas baixas? Unânimes e desesperadas; a turma inteira vermelhou. Adivinha quem a escola condenou? Alunos e pais. Os professores não conseguem ter clareza e a culpa não é deles? Estranho isso! Se fosse meia dúzia já seria esquisito, ainda que fosse meia dúzia teria algo errado com a meia dúzia e quem leciona; mas sendo a turma toda o erro é de quem? Onde está a falha?
  Antes do indivíduo formar família ele é educado por uma família, mas deve ser formado por uma escola, onde deve acontecer de fato a noção e ação de socialidade e sociedade; porém a escola vem deformando alunos. O que adianta eu dizer aos meus filhos : “Sorria mesmo que não te agrade o dia, Cumprimente e dê bom dia, ainda que o teu amiguinho te feche a cara! Ouça teu próximo e respeite teu diferente! Use sempre a empatia!” se quando ao chegar à escola, todas as ações que eu ensinei são deturpadas pela instituição?
  As escolas precisam estar atualizadas, necessitam se preparar para atenderem a demanda, promover a inclusão, investirem nos outros tipos de inteligências que não as matérias básicas, reverem as didáticas, adaptarem-se às necessidades dos alunos, principalmente, elas ainda insistem no contrário; as escolas precisam incentivar mais o amor e realizarem mais atividades que promovam a felicidade e menos didáticas. As regras que garantem direitos e deveres devem ser colocadas em prática e obedecidas com certeza. Mas a adaptação do aluno à escola é algo que já foi revisto e provada a necessidade de ser alterado. Um aluno com TDAH, por exemplo, dificilmente conseguirá se enquadrar nos moldes tradicionais, não conseguindo aprender através de textos longos, precisando de atenção diferenciada; na falta do preparo, escolas confundem o TDAH com um aluno desinteressado.
  Um aluno portador de discalculia terá sérias dificuldades com a matemática, em ver hora etc; numa situação de despreparo por parte dos profissionais de educação, este aluno pode ser tratado como irônico e debochado. Um disgráfico pode ser confundido e tratado como desorganizado. Um dislexo, ainda hoje, é tratado pela maioria das escolas como burro, incapaz e preguiçoso.
  Dentre estes tipos de transtornos, existem outros tantos e cabe a escola identificar, não aos pais, após a desconfiança informar aos pais ou responsável, então, encaminhar, por escrito, aos cuidados de um especialista, para possível diagnóstico e adequado tratamento. Só assim, haverá melhoras na educação.
 A desculpa que os adultos de hoje usam é: “Na minha época, apanhava dos meus pais e não morri” Mas muitos destes adultos trazem problemas de transtornos, os quais não foram diagnosticados e tratados e hoje se tornaram os responsáveis e educadores dos nossos jovens, responsáveis e educadores perdidos, sem saberem o que fazer, porque teimam em colocar a culpa na ausência dos pais; por isso, para que tenhamos um futuro melhor com adultos e jovens saudáveis mentalmente, é preciso que se faça um trabalho completo acerca dessas causas. Só assim, evitaremos os catastróficos efeitos.
Então eu deixo a pergunta às escolas, professores, coordenadores, diretores etc: Que tipo de cidadãos vocês desejam formar? Que tipo de sociedade vocês desejam para o futuro?
 Cristiane Calheiros

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Falando sobre política

Por que fazer política? Não existe língua nativa quando não compartilhada por uma sociedade; a língua é uma convenção, um sistema social, segundo Saussure, a linguagem humana é o meio pelo qual os membros das sociedades interagem; a comunicação se dá através da língua.
Uma sociedade democrática é comandada por um povo, mas quem representa tal povo são os homens da política. Segundo o Dicionário, a palavra política significa Conjunto de fenômenos e das práticas relativos ao Estado ou a uma Sociedade. Sendo assim, tudo gira em torno das políticas, sejam elas quais forem.
Usando o fato atual dos manifestos dos Bombeiros, na luta pela aprovação da PEC300, tudo começou com a criação deste Projeto de Ementa Constitucional, que garante um piso salarial equiparado aos policiais de Brasília, criado no ano de 2008. Depois de tantas negociações em torno da PEC 300, e tanta expectativa de ter garantido aquilo que é de direito, depois de tantas manobras políticas, ou seria melhor dizer manobras não políticas?, para não aprovação daquilo que já teve aprovação, de tantas promessas não cumpridas, os Bombeiros cansaram de ser enganados. A quem recorrer? A política, aos políticos e aos atos que sempre serão políticos, mesmo quando políticos, os quais deveriam cuidar bem dos negócios públicos e não cuidam, teimam em falar em rede nacional: 'Isto é política!" Seria está frase uma redundância? Ou uma ironia?
Dormimos fazendo política, acordamos fazendo política, e passamos nosso dia a dia fazendo política. A política da boa vizinhança, fazemos política quando fechamos um negócio, quando precisamos persuadir numa palestra universitária, em sala de aula o professor faz política o tempo todo com os alunos, no trabalho fazemos política com os colegas, toda a mãe é uma exímia política, toda estratégia é uma forma de política, em qualquer relação humana a política está enraizada. Nosso legado político é muito antigo. E só somos políticos porque somos seres humanos e dentre os outros animais somos os únicos a possuir linguagem verbal.
O problema da política é que as pessoas acostumaram aludir tal palavra às coisas ruins. Mas política em seu sentido real é do bem e não do mal. Política não é sinônimo de sacanagem, mas através dela dá pra se fazer muitas canalhices... Só se recupera o seu sentido real de política com ação, com o verbo agir, fazer e acontecer, falar, reivindicar, cobrar daqueles que lá no topo foram colocados e até passeando nas ruas, e até passeando nas ruas para tirá-los do topo.
No último tópico de um dos dicionários eu encontrei a seguinte explicação: política é o  modo acertado de conduzir uma negociação; estratégia. Sendo assim, se a manifestação dos Bombeiros for mesmo um ato político e é, pois mesmo se não tiverem interesses eleitoreiros por trás, ainda assim será um ato de política, se a manifestação é um ato político, está faltando habilidade no trato das relações humanas por parte do governo, falta preparo deste governo, pois o Rio de Janeiro tem verba sim para aumentar não só os salários dos militares, mas de todos os outros setores públicos. Que seja um resultado acertado, que o modo de conduzir as negociações seja seriamente político, diferente de eleitoreiro; e que comecem a trabalhar nas causas e não nos efeitos.
Cuidado quando falar: "Eu não faço política!" Isto é uma contradição. Em toda ação humana existe e sempre existirá um interesse por trás, isto é fato, basta saber o que é e o que não é justo, o que é e o que não é de direito.
Cristiane Calheiros

sábado, 4 de junho de 2011

Parabéns aos Bombeiros do Rio - E que a História não se torne mais uma história

É muito engraçado como em questão de segundos inverte-se valores; é deprimente ligar a televisão e ter que escutar o Senhor governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, mentir, omitir e deturpar toda a situação. Queria ver ele viver com menos de mil reais de salário e precisando sustentar mulher e filhos... Ele vem tirando direitos de servidores públicos desde que foi eleito, e ainda diz que fez muito pelos militares, é um medíocre. Que pare os Bombeiros, as Polícias, os médicos, professores e o povo acorde e vá para as ruas apoiar, é direito deles lutarem por seus direitos, a Constituição garante isso; afinal... vivemos uma democracia. Ou não? Quero ver o Cabral mandar prender o povo! Quero ver o Cabral ter que viver no limite, tendo que virar noites em seguranças para garantir o pão!
Lamentável foi assistir a polícia militar se meter nisso tudo quando os Bombeiros se manifestavam por eles também. O Brasil é mesmo o país de ladrão e de bundão!
Para os que não sabem e nem se interessam em saber; a negociação não dura dois meses, como tem dito a imprensa, a negociação acerca da PEC 300 vem acontecendo antes de 2010, aliás, a falta dela, porque as manobras políticas para a não aprovação da PEC 300 foram muitas, e o povo brasileiro nem conhece o assunto; talvez nem saiba o que significa a PEC 300; claro! o povo brasileiro está acostumado a eleger Lulas, Dilmas, Tiriricas, e assim por diante; assiste a tudo como platéia e depois esquecem aqueles que escolheram como os palhaços que nos governam.
Esta manifestação é a reação às ações de crimes cometidos pelos nosso políticos, inclusive pelo governador Sérgio Cabral, que odeia militar e pobre... O vice presidente, o tal do Temer, chegou a pedir a dona Dilma, quase pelo amor de Deus, que não aprovasse o projeto que garante o direito dos militares de terem o salário digno, defasado há anos. O salário mínimo aumentou várias vezes, e o dos militares, só regrediu. Em 2000, um policial ou bombeiro ganhava mais ou menos 4(quatro) salários mínimos. Hoje, ganha, 1(um) e meio; mesmo com o aumento dado pelo governo, não houve equiparação salarial. Quem está cometendo crime contra quem?
As Upas são todas fracassos, as UPPs uma jogada política; onde o combinado com os bandidos do tráfico é: "_ Vocês sumam até a copa do mundo, vendam suas drogas na encolha e finjam que estão deixando a polícia trabalhar, depois vocês voltam!" Duvido que não!
Enquanto o Cabral tem segurança particular, os militares vivem sobre pressão;
enquanto o Cabral se alimenta de bebidas finas e caviar, com o dinheiro do povo, muitos daqueles militares, aos quais ele chamou de vândalos, passam a água e duro pão.
enquanto o cabral tem plano de saúde, não só os militares, mas também o povo pobre inteiro necessita rezar muito para não precisar encarar hospitais públicos; e se precisar, rezar mais ainda para não morrer.
Enquanto o Cabral mente descaradamente, a mídia mostra todas as suas hipocrisias, o povo brasileiro vive uma ditadura fantasiada de liberdade de expressão.
Cristiane Calheiros